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Diálogos cabulosos: Medo de x-9 obriga Assembleia Legislativa a gastar com bloqueadores de gravação

  • Foto do escritor: norte brasil
    norte brasil
  • 19 de ago.
  • 2 min de leitura

A Assembleia Legislativa de Rondônia (ALERO) abriu processo para aquisição de dois bloqueadores de gravação ambiental, aparelhos que utilizam ondas ultrassônicas para impedir qualquer registro de som em reuniões e gabinetes. A medida, segundo o Termo de Referência nº 0387125/2025-ALE/SEC-SEG-INS, seria necessária para proteger a “inviolabilidade parlamentar” e evitar interceptações clandestinas.


A justificativa oficial ressalta a facilidade de aquisição de dispositivos de espionagem no mercado paralelo e a necessidade de resguardar informações estratégicas da Casa. No entanto, o anúncio já desperta críticas e levanta questionamentos políticos. O investimento está estimado em R$ 450.933,34, conforme detalhado no Termo de Referência nº 0387125/2025-ALE/SEC-SEG-INS, elaborado pela Secretaria de Segurança Institucional (SSI).


Embora os equipamentos sejam apresentados como solução para segurança institucional, na prática podem funcionar como barreira contra a fiscalização social e jornalística. Em um contexto de intensos debates políticos e de sucessivas denúncias envolvendo gestões parlamentares no país, a instalação de bloqueadores pode ser vista como tentativa de blindar bastidores e proteger diálogos que não resistiriam à exposição pública.


Afinal, o que os deputados estaduais têm para esconder, entre eles? Será que há algum x-9 ameaçando a rotina das conversas que podem esconder muita política suja, o famoso toma lá, dá cá, próprio de uma Casa de Leis que já foi alvo de incontáveis operações e prisões de parlamentares? Talvez os bloqueadores venham justamente para evitar vazamentos inconvenientes de possíveis acertos. É típico da política. 


Ninguém sabe ao certo de quem partiu a ideia, mas a experiência vivida na Câmara Municipal dos Vereadores de Porto Velho há um mês ligou o alerta dos deputados: A vereadora Sofia Andrade (PL) foi gravada (provavelmente por um colega de parlamento) em uma reunião e deu o que falar na rede social. O caso está sendo investigado e o vereador pode até ser cassado. Fatalmente, os deputados perceberam o risco e não querem ter surpresas desagradáveis. 

Especialistas em transparência apontam ainda que a medida abre espaço para interpretações sobre conflito de interesses: enquanto a atividade parlamentar deve ser pública e fiscalizável, a adoção de recursos de contrainteligência sugere preocupação com vazamentos comprometedores que poderiam impactar carreiras políticas ou alianças internas.


Outro aspecto é o custo da operação. A aquisição de tecnologia de ponta, treinamento especializado e manutenção demandará recursos do orçamento legislativo de 2025, o que deve intensificar a pressão da sociedade por explicações: o investimento estaria sendo feito para garantir segurança institucional ou para silenciar possíveis provas de acordos e negociações questionáveis?


A instalação está prevista para dois ambientes estratégicos da ALE/RO, com prazo de entrega de até 90 dias após a assinatura do contrato. A abertura do processo ocorrerá no dia 29 de agosto de 2025, às 10h.


Com a medida, a ALE/RO corre o risco de ampliar a percepção de distanciamento em relação à sociedade civil. Se, por um lado, os parlamentares defendem a necessidade de resguardar informações sensíveis, por outro, a iniciativa pode aprofundar a sensação de que decisões políticas de interesse coletivo estariam sendo tomadas em ambientes cada vez mais fechados e inacessíveis.


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Fonte: Via Rondônia



 
 
 

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