Governador Marcos Rocha exonera ex-esposa da direção da Policlínica Oswaldo Cruz e dobra salário em nova nomeação na Casa Civil

 Irani Marques de Albuquerque, ex-esposa do governador Marcos Rocha (União Brasil), foi exonerada da direção-geral da Policlínica Oswaldo Cruz, em Porto Velho, após sete anos à frente da unidade. A exoneração foi formalizada por decreto datado de 21 de maio, mas que passa a valer a partir desta segunda-feira (26). Irani, no entanto, não foi prejudicada. Ao contrário: o salário dela dobrou. Nomeada para um cargo de assessora na Casa Civil, sua remuneração  R$ será de R$ 18.317,00 —  o dobro do salário anterior, que era de R$ 9.430,86. A saída de Irani foi recebida com alívio por parte dos servidores da Policlínica. Segundo relatos, funcionários comemoraram intensamente a exoneração, chegando a cogitar a soltura de fogos de artifício, mas foram dissuadidos por colegas que temiam possíveis represálias. A gestão dela na unidade, marcada por tensões internas, agora dá lugar a uma nova fase administrativa na instituição. Pelo menos esta é a expectativa na POC.

A movimentação funcional de Irani ocorre em meio a críticas recorrentes à administração estadual, comandada por Marcos Rocha, que tem sido alvo de questionamentos sobre a presença de  familiares ocupando cargos estratégicos e com salários elevados. A atual esposa do governador, Luana Rocha, exerce a função de secretária estadual de Assistência e do Desenvolvimento Social, com salário de R$ 33.981,56, incluindo R$ 1.519,34 de auxílio-alimentação.

Outro familiar , Sandro Rocha, irmão do governador, é o atual diretor-geral do

Departamento Estadual de Trânsito de Rondônia (Detran-RO), recebendo salário bruto de R$ 32.462,22, valor que inclui jetons, “prêmio por merecimento” e auxílio-alimentação. No Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), também há nomeação de parentes: Lucicleia Morais da Costa, irmã da primeira-dama, ocupa o cargo de assessora, com vencimentos de R$ 10.783,75, dos quais R$ 3.312,19 são referentes a adicional de produtividade.

As sucessivas nomeações familiares, incluindo a manutenção de vínculos administrativos com a ex-esposa, têm gerado críticas em relação à transparência e moralidade da gestão pública no estado. Segundo a Constituição, a administração pública deve obedecer aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Além dessas nomeações, chama atenção a restrição de informações sobre a remuneração do próprio governador. De acordo com fontes ligadas ao Executivo estadual, um decreto assinado pelo vice-governador Sérgio Gonçalves determinou que os dados salariais de Marcos Rocha não estão disponíveis para consulta pública, reforçando as críticas sobre a falta de transparência nos gastos com recursos públicos.

Até o momento, não houve manifestação oficial do Governo de Rondônia sobre as recentes movimentações de cargos, nem sobre as críticas relacionadas à nomeação de familiares e à ausência de publicidade quanto aos vencimentos do chefe do Executivo estadual.

Fonte: Tudo Rondônia